O Partido é uma teia de influências

O Partido é uma teia de influências, tecida ao longo de muitos anos. Não é a política que cimenta os grupos internos, mas tão só os interesses. Maiores ou menores. Sobretudo económicos e de poder. Os velhos dirigentes da juventude partidária, de cada vez que há combates internos em que a discussão da liderança é acesa, colocam-se nas várias candidaturas. Terminada a contenda, os que apostaram no cavalo certo reciclam todos os outros. É um círculo viciosa do tipo pescadinha-de-rabo-na-boca desde há anos. Basta ver alguns caciques locais sem o minimo de mérito ou pensamento próprio, que se mantêm eternamente na crista da onda seguindo este método. Os seus nomes são conhecidos, estão em todos os distritos, e houve mesmo uma época em que se auto-designavam os "Jovens Turcos". Um deles chegou a Secretário-Geral. E agora? E agora, com a derrota do PSD, uma enormidade de pessoas, a que vamos evitar aqui chamar boys, ficarão sem emprego ou terão que regressar aos seus detestáveis empregos de origem. Toda esta gente é militante que controla estruturas - residenciais, de juventude, laborais, autárquicas - ou então é protegida ou familiar de alguém da rede que as controla. O desepero de milhares de pessoas que pensavam que o poder era eterno vem aí.