Mundo real

De regresso ao porta-aviões após uma breve viagem ao mundo real, gozando uma justa folga dupla, surpreendo-me com a actividade frenética que ontem à tarde e à noite por aqui existiu. E, também, com o silêncio desta manhã.
Posso garantir que o dia nasceu hoje exactamente igual a todos os dias. Quem trabalha foi trabalhar, quem nada faz continua à espera de não ser incomodado. Entretanto, aproxima-se para uns e para outros o dia de receber; e muitas vezes o cheque do que nada faz é maior do que o daquele que trabalha. Está tudo igual, garanto.
Eleições?! Pois sim. Mudou a cor, vamos continuar na mesma.
No sábado, na volta pelo "país real", encontrei um candidato a deputado e despedi-me dele até daqui a quatro anos. Quase de certeza, nessa altura vou voltar a vê-lo.
No domingo, revi um amigo de longa data que festejava os resultados de todos os partidos. "Então, ganhaste?", perguntei. E ele: "Claro que ganhei. Votei em todos!". Opção inteligente...
Hoje de manha, entro no porta-aviões e sento-me a ler o jornal do dia. Vêm lá as caras dos deputados. Os de Coimbra, com toda a certeza, vão dedicar especial atenção aos problemas da Terceira Idade. E isso é bom, porque a esperança de vida continua a aumentar. Em Coimbra como no resto do país.
Portugal, aliás, é uma nação já velha de História. E está doente.