sexta-feira, maio 26, 2006

O "guarda-chuva" da "presunção de inocência": Ser-se e parecer-se um bandido desencadeava uma censura social e uma evidente humilhação pessoal que obrigava, mesmo o mais desavergonhado, a recolher-se. Hoje, é profundamente lamentável que um número cada vez maior de respeitáveis cidadãos considere que a corrupção (a que, por um mínimo de pudor, preferem chamar de esperteza ou capacidade de iniciativa) é uma realidade com que temos de saber conviver. E não sendo até invenção nacional, que mal há em relacionarem-se com um vigarista, se ele, para além de tudo o mais, ainda meteu as cunhas para o emprego das filhas dos amigos?
O clima moral e ético dominante transformaram o lodaçal num magnífico lago para patos.
(Maló de Abreu)