sexta-feira, janeiro 13, 2006
Marcel negociado ontem
O avançado brasileiro Marcel, em rota de colisão com a Académica por pretender deixar Coimbra, terá acertado ontem, após uma reunião rodeada de secretismo, em Lisboa, os termos da sua ligação ao Benfica. Neste momento, segundo apurou o CM, apenas a existência de pequenos detalhes, em teoria facilmente ultrapassáveis, poderá atrasar a oficialização da transferência. Mas, a menos que um inesperado volte-face ocorra, e tal não é previsível, está encontrado o tal homem-golo que Ronald Koeman há muito reivindicava.
Aliás, Marcel, que havia passado os últimos dias fechado em casa, recusando-se a receber visitas da ‘Briosa’, terá decidido viajar para Lisboa, certamente apostado em seguir de perto o desenrolar do processo negocial que o envolvia. Também na capital portuguesa desde as primeiras horas da manhã estava José Eduardo Simões, presidente da Académica, e ainda o empresário Emídio Mendes, figura preponderante na operação – foi ele quem pagou 1,8 milhões por 75% do passe de Marcel, colocando-o na Académica.
Do lado do Benfica, e porque Luís Filipe Vieira apenas ontem regressou a Lisboa – Domingos Soares Oliveira, o financeiro, foi ultimar a venda de Simão – terá sido José Veiga, o director-geral, a assumir a liderança das negociações. E, apesar de todo o secretismo que envolveu o processo, admite-se que não terá sido difícil aos ‘encarnados’ alcançarem uma plataforma de entendimento capaz de viabilizar a transferência. Tudo porque, além das excelentes relações entre os presidentes de ambos os clubes, também José Veiga e Emídio Mendes são amigos de longa data, facto que prenuncia um desfecho positivo.
Para já, contudo, os números envolvidos, ou a envolver, na operação, as formas de pagamento ou até os termos do negócio estão ainda no segredo dos deuses, mas é certo que o Samsung Bluewings, clube coreano onde alinhou Marcel antes de rumar a Coimbra, terá direito a 25% das mais-valias resultantes da transferência. Refira-se ainda que nos últimos dias José Eduardo Simões, irritado com o comportamento do avançado – Marcel, como forma de pressão para deixar o clube, recusou-se a treinar com o plantel – havia recusado uma proposta de 2,5 milhões de euros proveniente da Grécia, alegando que a mesma não cobria o valor estipulado na cláusula de rescisão – 3, 5 milhões. O presidente da Académica, admite-se agora, estaria já à espera do Benfica. Só falta oficializar Marcel de ‘águia ao peito’.
(in "Correio da Manhã")