Lisboa, 03 de Dezembro de 2005
Exmo. Sr. Primeiro-Ministro José Sócrates:
Tendo tomado o seu governo a decisão de promover a retirada dos crucifixos das salas de aula do nosso País, com a justificação que o Estado português é um Estado laico e que não se podem impor às crianças símbolos desta ou daquela religião, venho por este meio lembrá-lo que, da mesma forma, o nosso Estado laico ainda promove, apoia e estimula verdadeiros abusos religiosos aos nossos cidadãos.
Refiro-me, obviamente, entre outros, a:
- Feriado Nacional para celebrar a Imaculada Concepção de Cristo.
- Feriado Nacional para celebrar o nascimento de Cristo.
- Feriado Nacional para nos lembrarmos de todos os Santos Católicos.
- Feriado Nacional (numa sexta-feira, um dia de trabalho!) para reflectirmos sobre a morte de Cristo.
- Feriado Nacional para celebrar a Sua posterior Ressurreição.
- Feriado Nacional em honra da Ascensão aos Céus de Nossa (só de alguns, recordo-lhe) Senhora Maria, mãe de Cristo.
- Feriado Nacional para honrar o Corpo de Cristo.
- Feriados Municipais para honrar os Santos Católicos, padroeiros das nossas mais diversas cidades, vilas e aldeias.
- A presença das 5 chagas de Cristo na nossa Bandeira Nacional.
- O Monumento do Cristo Rei, na margem Sul do Tejo, um verdadeiro símbolo cristão colocado num lugar de grande visibilidade e, certamente, muito incómodo para todos os que, não sendo cristãos, para lá são forçados a olhar.
- À prática, comum, dos jogadores das nossas mais diversas selecções desportivas se benzerem enquanto em representação do nosso país.
Haveria, como é óbvio, muitos mais exemplos a apontar, mas estou certo que o senhor será capaz de os identificar e prontamente os eliminar da nossa vida nacional.
De imediato, estou certo que o Sr. Primeiro-Ministro implementará de imediato a obrigatoriedade de comparecer ao trabalho a todos os funcionários do Estado em todos os dias úteis que sejam considerados, por alguns, como
Um dia religioso, caso este seja um dia de semana. A seu tempo, eliminará estes dias do calendário dos Feriados Nacionais, promovendo, desta forma, um aumento de produtividade acentuado.
Urge também proibir todos os nossos municípios de promoverem, tolerar, observar ou apoiar qualquer feriado de índole religiosa, sendo imediatamente abolidos os Santos Padroeiros das nossas cidades, vilas e aldeias.
De igual forma, estou certo que o Sr. Primeiro-Ministro irá promover de imediato um concurso para a alteração e remoção de todos os elementos de índole religiosa da nossa Bandeira Nacional.
A demolição da estátua do Cristo Rei em Almada passará, por certo, a fazer parte das suas prioridades.
E estou certo que, tão logo acabe de ler esta missiva, irá instruir os presidentes das diversas Federações desportivas do País para que proíbam toda e qualquer manifestação religiosa por qualquer indivíduo que esteja em função de representação do nosso Portugal.
E, já agora, não se esqueça de proibir os sinos das igrejas de tocarem, a não ser em caso de fogo, invasão estrangeira ou alienígena.
E a transmissão de cerimónias religiosas pelo canal público de televisão!
Para finalizar, Sr. Primeiro-Ministro, não se esqueça de, na próxima campanha eleitoral, lembrar as Portuguesas e os Portugueses que foi o Senhor, com o apoio do Partido Socialista, que teve a coragem de tomar estas medidas, tão justas e há tanto tempo ignoradas. É que o povo é muito esquecido, e é sempre bom lembrá-lo de quem foram os responsáveis por estes actos de tão grande interesse nacional.
Certo da sua coragem, convicção e empenho na aplicação das medidas sugeridas
Subscrevo-me,
Um cidadão português, recenseado e com grande memória.