III. DAS CONSEQUÊNCIAS POLITICAS
1. Carlos Encarnação mantem intocável o seu capital politico local e nacional. Como o próprio disse e reafirmou este é o seu último mandato na Câmara de Coimbra. Sendo minha convicção que assim será, resta esperar que mais do que certas "movimentações internas" no(s) partido(s) da coligação, não façam perigar a coesão da maioria e desbaratar no futuro esta confortável situação. Quero aqui deixar claro e sublinhado a traço cheio que eu não entro nesse campeonato, nem dou para qualquer peditório...;
2. Victor Baptista perdeu em toda a linha. Posso estar enganado, mas penso que toda a sua estratégia futura será arquitectada tendo como objectivo ser novamente candidato daqui a quatro anos. Para tal, importa que Victor Baptista tenha em devida conta:
- antes de mais, suster e saber ultrapassar a onda de contestação interna que naturalmente se verifica nestas ocasiões. Um bom argumento a seu favor é ter dado "tudo por tudo" para ganhar estas eleições e que este não era o ciclo político para uma vitória do PS em Coimbra;
- preparar um percurso cuidadoso nestes quatro anos. Tendo decidido ser vereador, atentar na forma como fará oposição, fugindo ao estilo traoliteiro que fez história recente no PS e empenhando-se nas boas e consensuais soluções para Coimbra. Deve igualmente perceber e saber-se aproveitar do facto de que o seu adversário futuro não será Carlos Encarnação.
- tem ainda que resolver um assunto pendente e que o fere de morte enquanto se mantiver: as profundas divisões no PS local. Eu bem sei que em eleições internas ele ou os seus apoiantes esmagam. Mas enquanto não entender que o mais importante não é por "quanto" ganha, mas "quem" é derrotado internamente, não tem condições objectivas para uma recandidatura ganhadora. Tem de passar da fase do "candidato imposto e de recurso" para a do "candidato desejado", interna e externamente, sem ter que atropelar ninguém. Tem que saber ser quem une e não quem divide, mesmo que tal o obrigue a "engolir sapos" e enquanto forem só sapos...;
- finalmente, mas não menos importante, deve resolver o "caso Fausto Correia" o mais depressa possível, evitando deixar arrastar situações do tipo Sebastiânicas.
3. Gouveia Monteiro, apesar dos resultados não excessivamente brilhantes como quer fazer crer, tem condições politicas para continuar como vereador da Câmara de Coimbra. E estou certo que esse é o seu desejo e o do Presidente da Câmara. Por ser verdade, fica aqui bem registado que Gouveia Monteiro foi e será um excelente vereador, tenha o mesmo ou outro pelouro atribuído. E que ele, pelo seu trabalho e forma de ser e de estar na vida autárquica em Coimbra, vale muitos mais votos do que a CDU. E merece-os.
4. Marisa Matias continuará a trabalhar através dos seus deputados municipais para que o Bloco se confirme como uma força de contestação, agarrada a algumas bandeiras populistas, mas sem futuro no governo da cidade e do concelho.
(Maló de Abreu)
1. Carlos Encarnação mantem intocável o seu capital politico local e nacional. Como o próprio disse e reafirmou este é o seu último mandato na Câmara de Coimbra. Sendo minha convicção que assim será, resta esperar que mais do que certas "movimentações internas" no(s) partido(s) da coligação, não façam perigar a coesão da maioria e desbaratar no futuro esta confortável situação. Quero aqui deixar claro e sublinhado a traço cheio que eu não entro nesse campeonato, nem dou para qualquer peditório...;
2. Victor Baptista perdeu em toda a linha. Posso estar enganado, mas penso que toda a sua estratégia futura será arquitectada tendo como objectivo ser novamente candidato daqui a quatro anos. Para tal, importa que Victor Baptista tenha em devida conta:
- antes de mais, suster e saber ultrapassar a onda de contestação interna que naturalmente se verifica nestas ocasiões. Um bom argumento a seu favor é ter dado "tudo por tudo" para ganhar estas eleições e que este não era o ciclo político para uma vitória do PS em Coimbra;
- preparar um percurso cuidadoso nestes quatro anos. Tendo decidido ser vereador, atentar na forma como fará oposição, fugindo ao estilo traoliteiro que fez história recente no PS e empenhando-se nas boas e consensuais soluções para Coimbra. Deve igualmente perceber e saber-se aproveitar do facto de que o seu adversário futuro não será Carlos Encarnação.
- tem ainda que resolver um assunto pendente e que o fere de morte enquanto se mantiver: as profundas divisões no PS local. Eu bem sei que em eleições internas ele ou os seus apoiantes esmagam. Mas enquanto não entender que o mais importante não é por "quanto" ganha, mas "quem" é derrotado internamente, não tem condições objectivas para uma recandidatura ganhadora. Tem de passar da fase do "candidato imposto e de recurso" para a do "candidato desejado", interna e externamente, sem ter que atropelar ninguém. Tem que saber ser quem une e não quem divide, mesmo que tal o obrigue a "engolir sapos" e enquanto forem só sapos...;
- finalmente, mas não menos importante, deve resolver o "caso Fausto Correia" o mais depressa possível, evitando deixar arrastar situações do tipo Sebastiânicas.
3. Gouveia Monteiro, apesar dos resultados não excessivamente brilhantes como quer fazer crer, tem condições politicas para continuar como vereador da Câmara de Coimbra. E estou certo que esse é o seu desejo e o do Presidente da Câmara. Por ser verdade, fica aqui bem registado que Gouveia Monteiro foi e será um excelente vereador, tenha o mesmo ou outro pelouro atribuído. E que ele, pelo seu trabalho e forma de ser e de estar na vida autárquica em Coimbra, vale muitos mais votos do que a CDU. E merece-os.
4. Marisa Matias continuará a trabalhar através dos seus deputados municipais para que o Bloco se confirme como uma força de contestação, agarrada a algumas bandeiras populistas, mas sem futuro no governo da cidade e do concelho.
(Maló de Abreu)
