OS INTERESSES INTERMÉDIOS

Descreveu Marçal Grilo, na sua entrevista ao programa “Diga lá Excelência”, comentou Pacheco Pereira e tem dado exemplos o nosso Captain para a semelhança dos critérios de recrutamento, promoção e escolha das pessoas nas estruturas intermédias do PS e PSD, e o modo como os partidos foram "tomados por dentro" por "interesses intermédios", de que o imobiliário é exemplo.
E referiu, ainda, Marçal Grilo e escreveu Pacheco Pereira no seu blog: “A ascensão nos aparelhos partidários dos autarcas e de todo um mundo de pessoas deles dependentes… ocupou e estiolou todo o espaço político das secções dos partidos e dos órgãos locais e regionais. Estas vivem à volta dos empregos e dos favores com origem no poder local.”
E continua Pacheco Pereira: “Tudo isto é de uma grande exactidão – inclusive a ênfase de Marçal Grilo de que se trata de "interesses intermédios" e não dos "grandes interesses" como muitas vezes erradamente se mistura. Estes actuam mais ao nível do topo dos partidos e nos sectores não escrutinados dos governos, como os assessores, consultores, etc., exercendo o seu poder mais na base da pressão, da negociação e da troca de favores, do que na corrupção.”
Têm, Vossas Excelências, toda a razão mas, convém lembrar e acrescentar que estas promoções e portanto estes intérpretes, já atingiram, em muitos casos, o topo da pirâmide das estruturas nacionais dos partidos, como se pode ver pela composição da Comissão Política Nacional do PSD e do Secretariado Nacional do PS.
Ora, se o raciocínio de Vossas Excelências é correcto, os “interesses intermédios” já não se ficam pelas coisas do poder local e regional e já chegaram ao “fillet mignon”…